segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"Conversão" sem transformação


O Censo 2010, divulgado no dia 29 de junho de 2012 pelo IBGE, comprova o crescimento evangélico no Brasil. O segmento arrebanha 22% da população, mais de 40 milhões de pessoas. Segundo projeções estatísticas, em três décadas os evangélicos serão em maior número que os católicos no Brasil. Isso se continuar mantendo o mesmo volume de crescimento das últimas décadas.

Com tantos evangélicos nas ruas, por que nossa sociedade não demonstra traços de transformação? Olhe a mídia, a notícia, a vida. Para a direção que olharmos veremos o aumento do álcool, da droga, da violência, da injustiça, da inveja, da fofoca, do materialismo, da mentira, da falsidade, da pirataria, da trapaça, da traição, da exploração, da imoralidade, da promiscuidade, da sacanagem. Onde foram parar a luz para iluminar e o sal para salgar?

Frustradamente, o que temos assistido é um volume cada vez maior de conversão sem transformação. Na Bíblia, a autêntica conversão é reconhecida pelo necessário arrependimento. Hoje não! Dá para se converter sem qualquer tipo de arrependimento, portanto sem nada de transformação. Tristemente estamos assistindo um evangelho que quer perdoar todas as adúlteras, mas não tem mais coragem de dizer: Vá, e não peques mais!

Adúlteros somos todos nós. Sempre que diminuímos as exigências do Santo, sempre que relativizamos a Palavra, sempre que farisaísticamente colocamos cargas pesadas para os outros carregarem e totalmente leves para nós mesmos, sempre que achamos normal uma vida dupla, enfim, sempre que tudo isso e mais um pouco passa fácil em nossos auto-exames frente a ceia, e tudo termina com pão e vinho sem qualquer contrição ou arrependimento, somos sim todos adúlteros. Pois sem a devida transformação a gente vai pecando mais, mentindo mais, enganando mais.

Que tipo de evangélicos somos? Que tipo seremos? Qual nossa identificação com o crucificado, morto e ressuscitado? Que sociedade aguarda nossos filhos? Responder adequadamente essas perguntas é urgente para convertidos que precisam se transformar. E transformados que precisam se converter.

sábado, 4 de agosto de 2012

Augustus Nicodemus ministra palestras no Recife

Joel Alexandre e Augustus Nicodemus no Seminário Presbiteriano do Norte


O Reverendo Augustus Nicodemus, a convite da Livraria Luz e Vida, esteve em Recife, nos dias 3 e 4 de agosto de 2012, no Seminário Presbiteriano do Norte, ministrando duas palestras sobre suas obras: O que estão fazendo com a Igreja e Ateísmo cristão
 
O que estão fazendo com a Igreja

Na primeira palestra, no dia 3, Augustus Nicodemus discorreu sobre o tema do seu livro O que estão fazendo com a Igreja.

Desde 2005, três amigos se revezam nos comentários sobre os mais diversos assuntos que se referem à vida da igreja e à sociedade. Em comum, a pena afiada, a identidade reformada e o zelo pela fé cristã. O palco escolhido por Augustus Nicodemus, Mauro Meister e Solano Portela é o blog O tempora, O mores (Que tempos os nossos! E que costumes), referência à célebre frase de Cícero (106-43 a.C).

Dentre as centenas de textos postados por eles, Augustus Nicodemus selecionou alguns dos seus para se projetarem além da blogosfera, e assim oferecer suas percepções sobre a igreja evangélica e sobre o que entende ser a ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro.

Liberais, neo-ortodoxos, libertinos e neopentecostais, não escapam da escrita certeira de Augustus, cujo objetivo com a publicação vai muito além da simples (e saudável) polêmica. Seu desejo é fortalecer os que insistem em seguir a fé bíblica conforme entendida pelo cristianismo histórico. Sem esquecer as mazelas de conservadores, fundamentalistas e neopuritanos, Augustus traça um panorama do complexo cenário evangélico com a firmeza que lhe é peculiar.


Ateísmo Cristão e outras ameaças à Igreja

No dia 4 de agosto a palestra teve como tema a sua obra Ateísmo cristão e outras ameaças à Igreja.

O evangelho sempre será loucura para o homem não regenerado. Todavia, Cristo e os apóstolos não queriam que os cristãos dessem ao mundo motivos para que nos chamassem de loucos a não ser pela pregação da cruz. Não é essa a realidade de parte considerável da igreja evangélica brasileira.

Desvirtuam os ensinos de Jesus e promovem tanta insensatez, superstição, coisas ridículas, que damos aos inimigos de Cristo um chicote para nos baterem. Somos ridicularizados, não por pregar a Cristo crucificado, mas pelas sandices e bobagens feitas em nome de Jesus. Nenhum desses males, entretanto, alcança o dano provocado pelo câncer do ateísmo cristão. Que diferença há entre não acreditar em Deus e acreditar num que não intervém, não age na história humana e nem se relaciona com as pessoas?

Quando Augustus Nicodemus reuniu seus melhores e mais contundentes artigos em O que estão fazendo com a Igreja, o retrato era melancólico e desalentador. Três anos depois, ao escrever O ateísmo cristão e outras ameaças à Igreja, os ventos de doutrina resultam em uma igreja evangélica ainda mais fraca, indecisa e com voz moral ainda mais disfônica.

Este livro nos provoca a escolhermos entre o certo e o errado, pularmos de nossas poltronas e tomarmos partido nessa verdadeira guerra que a igreja evangélica brasileira vive contra suas próprias entranhas.

Qual o nosso papel nessa história? Quanto estamos dispostos a mudar nossos próprios conceitos para a missão de ser "sal da terra" em uma sociedade com os paladares tão alterados? O ateísmo cristão e outras ameaças à Igreja oferece algumas luzes poderosas, vindas diretamente de dentro da Igreja, como autêntico farol que deveria ser.

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