quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"Igrejas" que não cultuam a Deus


Banner da Universal: em qual dia se adora a Deus?
(clique na imagem pata ampliar)
Para quem ainda tem dúvidas de que o neopentecostalismo não é verdadeiramente cristão, pode dar uma lida, na foto acima, na lista de "cultos" exposta nos portões do templo principal dessa igreja-neopentecostal, localizada no centro de Recife, em Pernambuco, e responder, se puder, à seguinte e simples pergunta: EM QUAL DIA E HORÁRIO SE CULTUA A DEUS?

Alguns argumentam que é melhor estar lá do que no "mundo". Mas, pense bem, qual a diferença? São templos que crescem por adesão e não por conversão, já que não há "reunião" para se ensinar a Palavra de Deus, como Cultos de Doutrina, Escolas Bíblicas, Seminários etc.

Esses templos são verdadeiros seupermercados espirituais, onde o freguês, e não Deus através da sua Palavra, é quem determina o que deve ser "vendido". Esse mercantilismo sobrepôe-se às indulgências vendidas na Idade Média. Cito, apropriadamente, Hernandes Dias Lopes, em sua obra Morte na Panela:
Líderes espirituais sem temor a Deus transformam a igreja numa empresa familiar, o púlpito num balcão, o evangelho num produto lucrativo, o templo numa praça de barganha, e os crentes em consumidores. Os escândalos se multiplicam em nosso país e ao redor do mundo, promovidos pelos camelôs de luxo da religião do lucro, que acumulam fortunas e formam verdadeiros impérios econômicos pela exploração da fé. Esses líderes, mais amantes do poder e do dinheiro do que de Deus. pregam falsas doutrinas, vendem falsas promessas e enganam os incautos com um falso evangelho (LOPES, 2010).
O número de "evangélicos" tem crescido apenas numericamente, mas decrescido em credibilidade. E a sociedade não tem sentido diferença do "sal da terra e da luz do mundo": a corrupção tem aumentado, a violência imperado, e a moral cada mais esquecida.

As pessoas incautas que lotam esses templos, desejam que assim seja e que assim permaneça, pois é o que desejam ouvir e ver, semelhantemente aos judeus da época de Jeremias
Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto? (Jr 5.31).
Jesus já havia profetizado em seu sermão escatológico (Mt 224.1-14), que esse seria um dos sinais do fim dos tempos, e já havia nos alertado: "Acautelai-vos, que ninguém vos engane" (v. 4). E Paulo também registrou o seu alerta, a nos exortou a permanecermos sóbrios em uma sociedade inebriada pelo egoísmo, pela ganância e pela falta de amor ao próximo, que acabou chegando aos templos:
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério (2Tm 4.3-5).
Aglomerações que se chamam "igreja" e não cultuam a Deus em suas "reuniões" não podem ser chamadas de cristãs. Descumprem o mandamento do próprio cristo, pois não amam a Deus, amam a si próprias, ignoram o problema do próximo:
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas (Mt 22.37-40).

Referências:

Bíblia Sagrada. versão Almeida Corrigida Fiel. São Paulo: SBTB, 1995.
LOPES, Hernandes Dias. Morte na panela: uma ameaça real à igreja. São Paulo: Hagnos, 2010.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Por que o neopentecostalismo não é genuinamente cristão



O neopentecostalismo não é genuinamente cristão por ferir contundemente todos os cinco pilares da Reforma Protestante de 1517, trazendo à tona práticas que foram combatidas desde a época dos pré-reformadores.
Hoje, o neopentecostalismo não se restringe às denominações fundadas a partir da década de 1970, mas é uma filosofia religiosa que já permeia por algumas igrejas pentecostais, fundadas no início do século XX, e até já tem contaminado, mesmo que timidamente, algumas igrejas tradicionais oriundas do período logo após a Reforma Protestante.
As denominações que abertamente seguem essa linha religiosa servem mais para escândalo e vergonha do que para a glória de Deus:
·      Aglomeram pessoas mais por adesão do que por conversão;
·      Incentivam seus ouvintes a buscarem somente o seu próprio bem-estar e sucesso pessoal e esquecerem o amor ao próximo, aos órfãos e às viúvas;
·      Todo o dinheiro que arrecadam é investido em seu próprio patrimônio, retroalimentando esse império;
·      Relembrando Tetzel, pedem ofertas prometendo bênçãos aos ofertantes;
·      Estão sempre com débitos exorbitantes na intenção de sensibilizar os ofertantes a contribuírem;
·      Não realizam obras sociais, ou as fazem minimamente apenas como pretexto para solicitar mais ofertas;
·      Seus líderes não tem formação teológica nem mesmo conhecimento bíblico necessário, o que motiva, constantemente, interpretações errôneas da Bíblia Sagrada e ensinamentos indevidos;
·      Autoproclamam-se por títulos que demonstrem sua superioridade: “bispos”, “apóstolos”, “patriarcas”, “presidentes”...
·      Buscam mais entreter o seu público do que cultuar a Deus;
·      Não apresentam o homem como pecador nem Jesus como o justificador;
·      Não apresentam Jesus como Senhor e Salvador, e sim, como servo à disposição dos “cristãos”.
A Reforma Protestante reafirmou os cinco pilares de um cristianismo puro e simples:
1)     Sola Fide (somente a fé);
2)     Sola Scriptura (somente a Escritura);
3)     Solus Christus (somente Cristo);
4)     Sola Gratia (somente a graça);
5)     Soli Deo Glória (glória somente a Deus).

Todos esses pilares são derrubados pelo neopentecostalismo. Vejamos:
1) Descumprimento do Sola Fide (somente a fé): a fé, no neopentecostalismo, não é suficiente para a justificação e para para se alcançar as bênçãos de Deus. São necessários acréscimos do tipo: participação em correntes (normalmente por sete semanas); uso ou compra de objetos ungidos (rosas, lenços, miniaturas variadas, água, sal grosso, fotos, roupa branca...); passar por locais “consagrados” (portas, portais, umbrais...); tocar em réplicas de objetos do Templo de Salomão; dar o dízimo ou suas variações: “trízimo”, “dízimo do salário que você quer ter”; “ofertar o valor de um mês de aluguel”; “R$ 911,00”; “R$ 1.000,00”.
E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé (Gl 3.11).

2) Desprezo do Sola gratia (somente a graça): a graça divina é insuficiente. Há uma busca incessante e exclusivamente por “bênçãos” materiais, saúde física e prosperidade financeira. Há o falso ensino de que o cristão não pode permanecer doente ou em estado de escassez financeira. A atração dessas igrejas não é a graça de Deus, mas sim, a propaganda exacerbada de curas, quebra de maldições, expulsão de demônios, prosperidade financeira acontecida após o encontro com a “igreja”. Muito diferente da exortação de Deus ao apóstolo Paulo:
A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte (2Co 12.9,10).

3) Descumprimento do Sola Scriptura (Somente a Bíblia): a insuficiência da Bíblia Sagrada é patente em seus cultos. As Escrituras são  incrementadas por “outro evangelho”, estranho ao ensinado por Cristo e por seus apóstolos e discípulos. Esse outro evangelho não é escrito, mas repassado oralmente de seus púlpitos e em programas de televisão e rádio, como se vê nos outros pontos desta matéria.
O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema (Gl 1.7-9).

4) Desprezo pelo Solus Christus (Somente Cristo): Cristo não é suficiente. Há a promoção de um messianismo nas atitudes da liderança, quando expressam frases como estas: “esta obra é importante!”; “a mão de Deus está aqui”; “venham pela minha fé!”; ou por atitudes do tipo: distribuir seu suor em toalhas usadas; dar-se aos toques passando pela multidão; tocar em fotos de pessoas doentes; fazer sacrifícios pelo povo (subindo montes com garrafões de 20 litros de água, por exemplo).
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (1Tm 2.5).
5) Descumprimento do Sola Deo Gloria (Glória Somente a Deus): a glória não é atribuída somente a Deus. Os pretensos milagres são atribuídos a alguma atitude anterior tomada em relação à “sua” igreja. Entre o passado de tribulação e o presente de bonanças, há sempre um encontro com a “sua” igreja, participação em uma das “suas” correntes, ou um pagamento realizado à “sua” igreja (entenda oferta, dízimo ou um outro nome criado para “campanhas”). Assim a glória das vitórias, mesmo que indiretamente, é atribuída, primeiramente, à congregação, e a Deus como consequência. O povo também é ensinado a buscar sua própria glória, seu próprio sonho, seus próprios interesses, a viver em prol do que ele deseja, e não do que Deus realmente quer.
Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória; mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça (Jo 7.18).

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